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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

D&DNext!! Atualização

Temos um novo pacote para o D&D Next. O pacote está disponível lá no site da Wizards of the Coast[r].
Quem já tiver feito o download de uma das partes do pacote, pode baixar diretamente, só fazendo login na conta criada para o playtest. Quem ainda não fez a inscrição para receber os e-mails e as atualizações do playtest, ainda pode fazer no site.

Este novo pacote de dados, vem com atualizações nas classes e nas magias. Ainda vem também, com duas classes novas, presentes nas edições 3,5 e 4. O Bruxo (Warlock) e o Feiticeiro (Sorcerer). A montagem das classes parece bem legal, mas só jogando pra ter certeza. Há também uma nova aventura para você mestrar para os seus amigos e todos testarem o jogo juntos

Muitos jogos pra você que já baixou ou está baixando o playtest da quinta edição do Dungeons and Dragons. Pra você que ainda não está baixando, não perca tempo. Para todos os que quiserem e puderem jogar conosco aqui em Nova Petrópolis, é bem provável que saia alguma coisa nesse sábado a noite e que seja uma partida do playtest.

E não esqueçam! Todas as futuras atualizações vão sempre passar aqui pelo blog. Fiquem atentos!

Abraço, Valeu!!!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

As Crônicas de Kethoth - Capítulo 4



Capítulo 4
T
inha parado de chover cerca de um quarto de dia depois de desembarcarem e começarem a preparar acampamento perto da praia. A areia estava encharcada e os soldados, carregados como estavam de equipamentos militares e mantimentos para o resto da jornada, afundavam como se fosse neve fofa do longínquo norte. Tudo correra bem com exceção da intromissão da chuva.
Kethoth já estava com sua barraca montada e secara-se com uma de suas toalhas de linho. Elas não eram boas, mas era o que todos os soldados tinham recebido. Ele tinha uma toalha de algodão importado do distante oriente. Uma terra chamada Kara-tur, onde nenhum homem de Faerûn jamais havia posto os pés. Ou se tinha, ele nunca voltara de lá. Todos os comerciantes que faziam as caravanas de Faerûn até Kara-tur eram orientais e povos seminômades do grande deserto a leste de Mulhorand.
Mesmo para Kethoth, que julgava conhecer muito do mundo, o oriente parecia algo vago e incerto. Havia lendas e mitos de dragões estranhos naquelas regiões, muito diferentes dos que viviam em Faerûn. Dizia-se também, que quanto mais longe se ia ao oriente, mais ricas e douradas ficavam as cidades. Quando Kethoth imaginava as cidades orientais, sempre via Skuld, mas com ouro no lugar de toda a madeira. Não que em Skuld houvesse muita madeira, mas era assim que Kethoth imaginava as cidades orientais.
Agora, porém, não havia nenhuma riqueza ou luxo para nenhum dos homens de Kethoth. E ele não achava justo, mesmo sendo o general comandante daquele batalhão, dar-se mais luxo do que aquele que podia dar aos seus soldados. Usava sua armadura dourada somente porque era o símbolo de sua posição. Seu elmo estava colocado de lado, pois precisava raspar seu cabelo novamente. Toda a vez que o cabelo começava a crescer, a malha que usava por baixo do elmo dourado incomodava mais do que era capaz de suportar. Era o único luxo que estava se dando. Raspar o próprio cabelo com sua faca. Ele a mandara amolar especialmente para tirar o cabelo e ficara assustado com a forma que a faca voltara. Extremamente fina e desbastada em ambos os lados, mas depois de testá-la, viu que o armeiro sabia o que estava fazendo melhor do que ninguém. A faca cortava os cabelos com suavidade e precisão e foi uma das primeiras vezes que Kethoth não se cortou enquanto se raspava.
Quando Kethoth já estava quase terminando o trabalho, diante de seu pequeno espelho, Urhur apareceu junto à entrada da tenda. Kethoth, que estava de costas para a entrada, ouviu a chegada do amigo e ergueu o espelho para poder olhá-lo nos olhos enquanto estivesse ali.
– Precisa de alguma coisa, Urhur? – Perguntou Kethoth, pousando a lâmina suja no colo da capa. – Tudo em ordem com os preparativos do acampamento?
– Sim! – Respondeu o homem. Ele ainda estava em sua armadura, mas parecia que algumas fivelas já estavam abertas. – A questão nem mesmo é minha. Mas vários dos homens perguntam quanto tempo ficaremos acampados aqui. E como a maior parte deles não está satisfeita com toda a chuva e a demora que andamos tendo, acho melhor que a informação passe por mim ao invés de que você transmita diretamente a eles.
– Ficaremos tanto quanto eu achar necessário. – Disse Kethoth, finalmente se virando para encarar seu segundo em comando. – Mas diga a eles que não se preocupem, pois sei e compartilho da impaciência que eles têm. Quero entrar logo em Shussel e dormir em uma cama de verdade e que de preferência não balance. É só isso?
– De minha parte é senhor. – Urhur se curvou e continuou monocromaticamente. – Me da sua permissão para me retirar?
– Tenho uma coisa para lhe pedir também. – O soldado levantou o rosto, com uma expressão inquisitiva. Ao que Kethoth respondeu. – Traga-me o cartógrafo e o mapa. Quero descobrir exatamente onde estamos antes de liberar as embarcações para voltarem.
– As suas ordens, General. – Respondeu Urhur. Virou-se e saiu.
Até mesmo a relação entre os dois amigos tinha esfriado com a chuva. Aquilo nunca passara pela cabeça de Kethoth, mas estava acontecendo. O tempo estava horrível lá fora agora. Provavelmente haveria neblina durante a noite. Era incomum neblina tão perto do mar, mas Kethoth conhecia a região e sabia que com o tempo e as nuvens como estavam, não tinha outra explicação. A névoa esfriaria mais ainda o clima e também o ânimo do batalhão.

domingo, 19 de agosto de 2012

Playtest Sábado a Noite

Estiveram aqui na minha casa, nesse sábado a noite, o Marcelo, o Jonas, a Penny, o Gordo, o Almir e o Natã. Jogamos a nova etapa do playtest, com a criação de personagens. Os personagens são rápidos para criar, mesmo tendo muitas coisas pra escolher. Provavelmente quando o jogo for devidamente finalizado e lançado as opções devem ser muito mais amplas, mas tem várias coisas na criação e na matemática dos personagens que foram muito simplificadas.
Os personagens que saíram foram interessantes, mas como o playtest ainda está bem no começo e foi o primeiro personagem de cada jogador, eles ainda ficaram um pouco estranhos. Os personagens que saíram, seguindo a ordem de jogadores mencionada acima foram: Um alto-elfo necromante, um ex-soldado humano, uma halfling ladina muito violenta, um guerreiro anão com duas armas, um alto-elfo clérigo com o domínio do sol e um anão extremamente furtivo.
Tem várias coisas muito fortes nos personagens novos. O aproveitamento deles tanto para combate quanto para interpretação está razoavelmente equilibrado e já estou começando a ter quase certeza que essa vai ser a minha edição favorita.
Quem quiser se inscrever pro playtest, ainda está em tempo. Entra lá no site da WotC e se inscreve pra começar a baixar e jogar. Se alguém daqui de Nova Petrópolis ou dos arredores ainda não tiver jogado e estiver curioso, mas não o bastante para baixar tudo e quiser jogar com a gente, é só entrar em contato comigo ou deixar um telefone ou e-mail que a gente se fala pra marcar uma jogatina.

Joguem o playtest! É importante pro futuro do nosso querido D&D...

Att, Glarin Ar-Thaner

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

As Crônicas de Kethoth, Livro 1 - O Destino Final



Capítulo 3
F
oi um balanço maior que os outros que o fez acordar. Kethoth nunca gostara de navios. Eles faziam barulhos demais, balançavam demais e sempre o deixavam enjoado durante dias, mesmo depois que já havia descido deles. E a chuva lá fora não ajudava em nada a manter o seu ânimo. Era apenas uma chuva fraca. Se eles estivessem em terra, o aasimar nem teria percebido a chuva, mesmo com o contínuo barulho de água batendo em um telhado de barro, como os da cidade. Mas ali, no meio do mar, qualquer chuva parecia uma tempestade para Kethoth.
Fazia cinco dias desde que tinham saído de Skuld, e o general já sentia falta da vida na cidade. É claro que a chuva ajudava, mas não era só isso. Os primeiros dias de viagem tinham sido tranquilos e divertidos, andando por entre a tropa e vendo animação entre eles, mas depois do terceiro dia já haviam começado os problemas.
Quando chegaram a Gheldaneth, descobriram logo que os preparativos ainda não estavam prontos para que os navios zarpassem para a costa de Unther. As escadas de cerco ainda não estavam prontas, bem como a comida ainda não tinha sido armazenada em nenhuma das embarcações. Havia inclusive um dos navios que ainda passava por concertos no casco exterior em um dos grandes estaleiros do porto da cidade.
Tiveram então de acampar fora dos limites da cidade, pois a praça de mercado estava ocupada e não poderia servir para o acampamento, mesmo que estivesse vazia, pois não comportaria os quinhentos homens que vinham de Skuld e as hospedarias da cidade, não tinham espaço nem para os cinco oficiais, muito menos para todos os homens da guarnição.
Como se isso não bastasse, foi nessa noite que começou a chover, o que atrasou mais ainda o trabalho com os navios. As funções, que teriam ocupado aquela noite e a manhã seguinte, ocuparam todo o dia seguinte e mais uma noite inteira. Resumindo, fazia apenas um quinto de madrugada que tinham embarcado. A essa altura Kethoth já estava totalmente desmoralizado e se perguntando por que tudo estava dando errado e o que mais poderia acontecer para arruinar mais ainda sua curta jornada até Shussel.
Se fosse apenas Kethoth que estivesse desmoralizado, talvez a situação não fosse das piores, mas o problema era que todo o batalhão estava desmoralizado e reclamando, e não sem razão. Não tinham roupas secas, e o frio da madrugada não poupava as pessoas que se molhavam. Sem contar o peso excedente que agora eram obrigados a carregar, com todo o linho molhado que tinham nas mochilas, que incluía até mesmo o tecido da barraca de armar que cada um em cinco carregava.
A única coisa que consolava Kethoth é que agora viajariam mais rápido se o vento ajudasse e logo estariam na costa de Unther, preparando o seu cerco. Depois teriam camas de verdade para dormir, que além de secas, não balançariam.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Playtest D&DNext

E ai pessoal...
Venho com notícias ótimas pra quem está interessado no playtest da quinta edição do jogo de RPG mais jogado do mundo. Nosso querido Dungeons and Dragons. Saiu a terceira fase do playtest com um novo pacote de download para fazer... Todos aqueles que já estiverem cadastrados para receber o material do playtest, devem ter, como eu, recebido um e-mail com as instruções para baixar o pacote novo. Para o pessoal que ainda não se cadastrou, corre lá no site da Wizards of the Coast que ainda dá tempo.
A nova fase do playtest vem com:

"The playtest packet you are about to download includes the following new or updated content:

*   Character creation, levels 1 – 5
 *   Rules of play
 *   DM Guidelines
 *   Pre-generated characters
 *   An updated bestiary"

"O pacote de teste de jogo que você está prestes a baixar inclue os seguintes conteúdos novos ou atualizados:

* Criação de personagens, níveis 1 - 5
* Regras para jogo
* Guia do Mestre
* Personagens pré-criados
* Um bestiário atualizado"

Lembrando que o Download só está disponível em inglês e que quem tem limitações com isso pode me procurar pra ajudar a traduzir... To sempre ai pra ajudar jogadores novos ou experientes no que eu puder...
Não deixem de jogar se possível e mandem o feedback pro povo da WotC. Afinal, queremos um jogo com a nossa cara...

Vlw pessoal.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Podcast #1 (Finalmente)

Isso ai... Upando finalmente o podcast do guerreiro... Fiz três entrevistas com jogadores aqui da cidade e estou mandando ai pra vocês verem como são as opiniões do pessoal aqui em Nova Petrópolis...
Em breve estarei fazendo um segundo podcast e upando assim que possível... Em algumas das entrevistas vocês vão escutar alguns sons ambiente, mas infelizmente eu não consegui levar os jogadores até o estúdio pra gravar e tive que ir a casa deles... Acho que os sons não vão atrapalhar, mas como eu digo no podcast, qualquer dúvida sobre os assuntos, sobre as músicas de fundo, sobre os jogadores, basta mandar um comentário que eu respondo. Podem também mandar um e-mail pra glarinarthaner@gmail.com


Peço ajuda ai pro pessoal que gostar do blog, pra dar um +1 ai embaixo pra ajudar a divulgar a idéia de um D&D mais funcional no RS inteiro e também no Brasil.

VALEU 

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Crônicas de Kethoth



Capítulo 2

E
ncaminhando-se para o portão, Kethoth já vira várias coisas da cidade de que sentiria falta assim que partisse. Uma delas era a fonte de água doce que jorrava bem no centro do bairro dos templos. Uma benção dos tempos dos deuses-faraós.
Poucos lugares em Mulhorand tinham água doce em abundância o bastante para “esbanjar” daquela forma. Skuld, que era capital desde os tempos do antigo império, era a cidade mais rica do reino e ainda assim tinha apenas uma porção de fontes como aquela e essa era a maior. No período do Império, diziam as lendas, Mulhorand fora composta por imensos campos verdejantes. Tão infindáveis como agora pareciam as dunas do grande deserto.
A lenda conta que o grande deserto teria surgido cerca de três mil anos antes, quando as divindades de Mulhorand teriam guerreado contra as divindades de Unther, o país que até o tempo de Kethoth estendia-se pela fronteira ocidental do outro lado do golfo do Mar de Alamber. Depois das guerras, que o panteão de Mulhorand ganhou a duras penas, os campos dos dois países passaram a ficar mais estéreis até, por fim, se transformarem em um imenso deserto de areias claras.
Mas mesmo com o deserto, nenhuma cidade, tanto de Mulhorand quanto de Unther, sofria de seca. Chovia com certa frequência, porém a areia levava toda a água que não era guardada de imediato, o que fazia a escassez de água ser elevada. Os dois rios que corriam dentro do território do império eram cheios durante o verão e facilitavam razoavelmente o cultivo de cereais perto das margens e até onde as irrigações levassem a água do rio, mas a água costumava não ser boa para beber.
Claro que com todas essas informações incoerentes, vocês devem estar enlouquecendo para tentar entender a geografia de Mulhorand, mas posso assegurar que ela é bem simples. A oeste, o Mar de Alamber e Unther. A noroeste, o Mar das Estrelas Cadentes, ligado ao Mar de Alamber e além-mar, Aglarond e Thay, duas nações governadas por magos. A norte, a nação amiga de Murghôm, as montanhas de Cobre e a grande Floresta Selvagem, tudo isso depois do grande rio Rauthenfluxo que liga o Lago da Estrela Brilhante ao Mar das Estrelas Cadentes. A leste, as Montanhas Espada do Dragão, que abriga Mishtan, a cidade dos mortos, e depois a Planície da Poeira Púrpura e finalmente a imensidão. A sudeste, Veldorn, Durpar e Estagund, três nações que o faraó já cogitou anexar ao império, mas ainda não chegou a passar de planos e para o sul a grande planície abandonada chamada de “O Shaar”. De todas essas nações somente Mulhorand conseguiu se perpetuar durante mais de três milênios e com certeza também é a nação que tem mais avanços tecnológicos e científicos, tanto na área da agricultura, como na área da medicina e da astronomia.
A geografia interna de Mulhorand é ainda mais simples. No extremo sul do território corre de sul a norte o Rio das Espadas, que vem de Azulduth, o lago de sal e desemboca na parte mais austral do Mar de Alamber. Bem mais ao norte corre o Rio das Lanças, de leste para oeste, vindo das Montanhas Espada do Dragão e indo também para o Mar de Alamber. O Rio das Lanças é aquele que banha Gheldaneth, a cidade estaleiro de Mulhorand. Ainda mais ao norte corre o Rio das Sombras, também de leste para oeste com um curso semelhante ao do Rio das Lanças. O Rio das Sombras banha Skuld, capital do império e cidade natal de Kethoth.
E quando Kethoth chegou à barraca azul que estava montada junto ao portão na manhã de sua partida, foi o mapa dessas terras que encontrou. Ele porém, deu pouca atenção ao mapa, pois junto ao mapa estava seu amigo, companheiro e mestre Urhur. Urhur era de família simples, neto de escravo liberto, mas tinha acendido na hierarquia Mulhorandi, pois estudara os caminhos dos deuses. Especificamente, estudara os caminhos do deus da guerra, Tempus. E por ser senhor do combate fora um dos mestres de armas de Kethoth. Era bom ver que seu primo Horustep tinha tido o bom senso de indicar uma pessoa tão experiente para viajar consigo, por mais que fosse Kethoth quem comandasse.
Kethoth sorriu ao ver Urhur e deu-lhe um abraço forte. Quando se soltaram, o mais velho olhou para as vestimentas e para a armadura dourada do outro com uma expressão de satisfação.
– A armadura dourada fica muito melhor em você do que em mim. – Disse Urhur com um sorriso zombeteiro. – Exatamente da mesma forma que os três círculos, como lhe disse da primeira vez que nos vimos.
– Agora estou começando a concordar com você. – Respondeu Kethoth devolvendo a zombaria. – Para falar a verdade, acho que qualquer coisa fica melhor em mim do que em você.
Os dois riram e bateram um no ombro do outro e Urhur chamou Kethoth para dar uma olhada no mapa que abrira sobre a mesa de armar.
– Vamos seguir a trilha oriental até Gheldaneth. Por mais que nos afastemos de fontes de água, pelo menos atravessaremos o deserto em três dias. Costeando o mar levaríamos pelo menos meia dezena (as semanas de Faerûn duram dez dias cada e são chamadas de dezenas). De lá velejaremos depressa até os arredores de Shussel.
– E por que não atacamos por mar a cidade? – Perguntou Kethoth, mas mesmo no começo da pergunta Urhur já abanava negativamente com a cabeça, esperando a pergunta.
– As docas de Shussel são separadas da cidade pela muralha. Poderíamos tentar usar o Pó de Fumaça dos gnomos, mas dizem que ele não é capaz de derrubar muralhas, então acho mais prático velejarmos até as redondezas de Shussel, desembarcarmos e recobrarmos as forças junto a praia de Unther e então atacaremos pela manhã com escadas que já estão sendo fabricadas nesse exato momento em Gheldaneth.
– Ótimo. E o que estamos esperando então? – Perguntou o Aasimar.
– Ora. – Respondeu Urhur com um sorriso no rosto novamente. – Suas ordens, General!
 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Luto

Frente aos recentes acontecimentos, fui obrigado pela vida a voltar a abrir os olhos. A morte vem para todos. Por mais duras que sejam essas palavras, elas são a pura e plena verdade. Não é necessário, como eu e meus amigos fazemos nos finais de semana, viver aventuras em mundos cheios de monstros e magia e armadilhas mortais. Para morrer, basta ter vida.
Da mesma forma como o velho, de oitenta e tantos, que já abraça a morte há tempos e a tem como amiga aliviadora de dores quando chega, a morte também vem ao desavisado que atravessa a rua sem olhar os dois lados e ao doente desde jovem, que sabia que um dia, sem mais nem menos e sem aviso prévio, a vida chegaria ao fim. Ela pode levar o amor de nossa vida, o pai que ainda não ouviu o filho dizendo um simples "papai", ou o filho que botamos no mundo com tanto esforço e que sempre foi nosso apoio nos momentos mais difíceis.
Obviamente esses fatos sempre me fazem lembrar das palavras de um dos maiores poetas destes e de outros tempos: "Os filhos não deveriam morrer antes dos pais", e completo, isso é antinatural pois, mesmo não tendo filhos, não consigo imaginar dor psicológica maior do que perder alguém que amamos incondicionalmente e que nos amou da mesma forma. Claro que ai podem dizer as más línguas, que a dor é equivalente a perder o pai ou a mãe. Mas acho que ao nascer, já chegamos ao mundo preparados para nos separarmos dos pais quando a hora chegar. Mas como um pai pode considerar-se preparado para perder um filho?
As penas são duras. E não há cura para a morte. Não há choro, nem tristeza, nem oração que traga de volta a pessoa que se foi. O que nos resta é apoiarmo-nos nos vivos em busca de alento e, ao invés de esquecer para tentarmos superar a tristeza, devemos nos lembrar de tudo o que aprendemos com essa pessoa. Todos os momentos bons podem superar qualquer momento ruim. E esse deve ser o caminho para a superação da tristeza. Não o esquecimento, mas a lembrança. A lembrança de um tempo melhor, onde todos vivíamos juntos e felizes sob o sol deste nosso planeta.

Em memória de Rodrigo Wildner. Cunhado querido. Sentiremos sua falta.