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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Livro 1 – O Destino Final



Capítulo 1

– V
ou mandar você até Unther, para uma das cidades que tomamos recentemente. – Disse Horustep II, primo de Kethoth, quando eles ficaram a sós. – Shussel já tem uma pequena guarnição, mas um remanescente de moradores está oferecendo certa resistência à conquista inevitável. – Horustep sempre vestia roupas caríssimas, com detalhes em ouro e várias pedras preciosas decorando tanto a gola quanto as barras. Fisicamente, tinha uma boa constituição, braços fortes e pernas de corredor. Uma pele morena que condizia com seus cabelos e olhos castanhos. Se não se vestisse como um faraó, passaria despercebido no meio do povo de Mulhorand. Ao contrário de Kethoth. – Vocês partirão ao amanhecer com quinhentos homens. Designei um amigo seu para ser seu capitão, mas você liderará o pelotão. Viajem até Ghildaneth a pé, e depois vão para Shussel de barco. Haverá navios esperando vocês no porto em Ghildaneth.
            – Farei como ordenas, faraó Horustep. – Respondeu Kethoth com o respeito devido a um faraó.
– Sabe que pode me chamar de primo, não sabe, Kethoth? – Replicou o Faraó, com um sorriso triste no rosto. – Além do mais, eu não ordeno mais nada. Sabe que aqueles mercenários tomaram o poder de fato e que só temo demais pela vida de meu filho para enfrentá-los. Agora vá e pegue seus pertences. Tenho a sensação de que você ficará longe de Skuld durante muito tempo.
Assim, Kethoth se afastou do primo e seguiu até o seu quarto no palácio para pegar o que havia de seu lá. Encontrou a porta fechada, como sempre a deixava, e suas coisas já estavam parcialmente arrumadas sobre a cama de pedra onde se deitava a noite. Vestiu sua armadura dourada, que era costume entre os comandantes Mulhorandi, colocou sua espada na bainha que pendia de seu cinto, agarrou seu escudo e prendeu-o as suas costas e por último pegou seu elmo. Hesitou por um instante, pensando se deveria colocar o elmo na cabeça, mas depois reconsiderou e resolveu exibir o símbolo de sua autoridade tatuado em sua cabeça.
A hierarquia Mulhorandi era fácil de entender. Os escravos tinham a cabeça raspada e não ganhavam nenhum símbolo tatuado na cabeça, para diferenciá-los dos homens livres. Os homens livres de baixo escalão, escravos libertos e artesãos em geral, tinham um círculo azul tatuado na cabeça e tendiam a permanecer com o cabelo raspado, para não serem confundidos com estrangeiros. Acima desses homens livres de escalão baixo, vinham os magos, que tinham dois círculos tatuados na cabeça. Os magos eram muito importantes para o equilíbrio da sociedade e economia Mulhorandi, pois comerciavam com todas as classes, comprando itens manufaturados dos artesãos e encantando-os para vendê-los aos faraós e suas famílias e aos clérigos, que formavam a parte superior da hierarquia da nação. Os clérigos, não obstante a religião, tinham três círculos tatuados na cabeça para serem diferenciados das outras pessoas. O prestígio que os sacerdotes detinham na cultura Mulhorandi comparava-se com a dos faraós do período posterior à queda dos deuses-monarcas.
Mesmo sendo um clérigo do Cavaleiro Vermelho (que mesmo fora de Mulhorand é considerado um deus de baixíssima patente), todos os escravos tinham de se curvar para Kethoth quando ele passava por eles ou entrava no mesmo recinto em que estavam. O aasimar já tinha se acostumado a isso, pois mesmo antes de ter estudado os caminhos dos deuses isso já acontecia, por ser de linhagem real. Os clérigos das divindades do panteão local eram ainda mais reverenciados, por serem considerados as ligações diretas com os próprios deuses, que agora não mais caminhavam sobre a terra.
Kethoth foi até o pequeno santuário que os clérigos do Cavaleiro Vermelho mantinham em Skuld. Lá tinha de buscar o resto de seus pertences. Sempre mantinha seus equipamentos de viagem lá, pois várias vezes ele tinha sido acordado no meio da noite para ajudar em reuniões militares com esclarecimentos sobre estratégias. Pegou sua mochila com todos os pertences e pendurou tudo sobre as costas, tapando seu escudo. Se precisasse do escudo ou do símbolo do Cavaleiro Vermelho (um cavalo de xadrez vermelho, com estrelas nos olhos) teria que primeiro tirar sua mochila das costas. Mas não esperava precisar do escudo ou do símbolo até ter deixado o território de Mulhorand.
Kethoth testou o peso de sua carga para ter certeza de que não o atrapalharia em sua viagem. Algumas coisas ele poderia prender em seu camelo, mas precisaria viajar a pé depois de desembarcar em Unther. O peso não era demasiado e não atrapalharia o avanço, mas teria que arranjar espaço se quisesse levar algo que pudessem precisar juntar da estrada. Depois depositou o peso de novo ao lado da cama. Decidiu deixar a armadura abandonada ao lado da cama, sem vontade de montá-la em um manequim só por essa noite. Deitou-se na cama de pedra e tentou descansar.
O dia seguinte chegaria em breve. E seria mais longo e quente do que qualquer um gostaria.

sábado, 28 de julho de 2012

Crônicas de Kethoth, Introdução



N
ascido no grande império de Mulhorand, Kethoth Ankhalab ibn Hororé nasceu sétimo filho do sétimo filho do faraó Hórus-ré, que também era deus sobre a terra e líder do panteão Mulhorandi. Obviamente, conhecendo a maneira da divisão de heranças do grande império oriental, Kethoth nasceu quase tão pobre quanto um escravo, mas trouxe consigo a herança mais importante da descendência de um deus. Nasceu um Aasimar.
Os aasimares, para aqueles que não conhecem essa raça dos reinos esquecidos, são aqueles que, com alguma descendência celestial, da mesma forma que os Tieflings têm descendência infernal ou abissal, nascem ostentando na aparência que são apenas meio humanos. Geralmente tem o cabelo loiro, olhos brilhantes variando do branco leitoso até os tons mais vivos de dourado e a pele sempre muito mais clara do que as dos humanos normais. Mesmo aqueles que vêm do norte gelado do continente.
Desde muito jovem, Kethoth sempre soube que não teria herança alguma a passar a seus filhos. Por esse motivo, logo se prontificou a tomar o voto sagrado de alguma das divindades de sua terra. Não se identificou, porém, com as divindades clássicas de seu povo, como Ísis, Hórus, Set ou Osíris. Por isso procurou nas novas divindades do extremo ocidente do continente que começavam a ganhar poder dentro de Mulhorand, alguma que agradasse o seu pensamento e seu código moral, que aprendera a construir com a educação que recebera em casa.
Quando conheceu a igreja do Cavaleiro Vermelho, deus da estratégia militar e do combate nobre, identificou-se de imediato. Foi ali que começou a estudar a história das divindades de fora de Mulhorand e passou a fazer parte dos senhores da estratégia militar Fearuniana, a Sociedade Vermelha.
Analisando a história da Sociedade Vermelha, que provem de uma ordem monástica antiga dentro da igreja de Tempus e que só emergiu das sombras durante o tempo das perturbações, podemos dizer que, mesmo sendo recente, a igreja é forte em todo o continente e há membros da Sociedade em quase todos os reinos, geralmente servindo como líderes de pelotões, professores da arte militar ou até mesmo generais de exércitos inteiros. E foi através da igreja do Cavaleiro Vermelho que Kethoth chegou a líder de seu primeiro pelotão, dentro do próprio império oriental.
E assim começou a primeira aventura do jovem clérigo, que em função do reconhecimento militar que já havia recebido do faraó (que já não era um deus com o fim do tempo das perturbações, mas que ainda era seu primo), e em busca de muito mais, deveria liderar um pelotão de quinhentos homens para uma das cidades recentemente tomadas do reino de Unther, na fronteira sudoeste do império.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Playtest D&D Next

Se você joga D&D e não anda informado no que acontece no mundo do RPG mais jogado do mundo, pode não saber. Mas está acontecendo um playtest para a quinta edição de Dungeons and Dragons. Quem ainda não se inscreveu, ainda pode se inscrever sem problemas no site da Wizards of the Coast ( http://www.wizards.com/DND/DnDNext.aspx ). A primeira parte consiste em uma aventura que vem com 3 personagens prontos e uma infinidade de opções para o mestre, e ela trabalha com a hipótese de subir até o terceiro nível com esses personagens. E agora, há apenas alguns dias, saiu a segunda parte do playtest (você tem que se inscrever para a primeira parte para ter acesso diretamente a segunda. Tudo isso no link acima) que consiste em selecionar as magias que você acha que mais caracterizam o Mago e o Clérigo de D&D. Para cada uma das duas classes você pode selecionar até cinco magias de nível 0 e de nível 9 e até dez magias do outros níveis. Existem opções clássicas (como Mísseis Mágicos, Sono, Desejo, Milagre, Curar Ferimentos), mas alguns níveis oferecem alguma dificuldade por apresentarem opções tão diferentes do que se costuma usar, que torna difícil a escolha de dez magias de um círculo (eu pessoalmente desisti de tentar escolher o máximo de magias de cada nível, pois em alguns níveis tive problemas para escolher sete, imaginem o trabalho que não daria decidir todas as dez).

Aqui em Nova Petrópolis estamos jogando o playtest desde o release, há uns três meses, mas estamos meio parados agora por falta de tempo da maioria dos jogadores.

O que me faz lembrar de deixar o pessoal de sobreaviso, pois é provável que eu comece a escrever um conjunto de crônicas, baseadas nas aventuras de um personagem de D&D 3,5 que eu fiz. É provável que eu poste pelo menos algumas partes aqui.

Abraços pessoal, e joguem o playtest. O futuro do jogo pode depender de nós...

domingo, 22 de julho de 2012

Notícias ruins e boas...

Pois é pessoal. Não deu pra terminar o Podcast essa semana e pelo jeito ainda vai demorar muito, pq as gravações deram uma empacada e ainda não deu pra gravar tudo... Em compensação eu escrevi essa semana a aventura para o próximo D&D Nova Petrópolis Gameday e estou em vias de terminar os personagens ainda na primeira parte dessa semana... Depois só dependerá de organizar o evento com o Papa... Esperamos que tudo de certo e que pelo menos possamos jogar um pouco com os velhos amigos em um bom gameday da quarta edição... Pra antecipar um pouco da história da região onde a aventura transcorrerá, vou traduzir uma parte do Forgotten Realms Campaign guide:

Cormyr is a strong nation that lies at the western end
of the diminished Sea of Fallen Stars. The kingdom
is ancient but remains vigorous. Old forests dominate
the landscape and national character. Humans
predominate in Cormyr, and they are justly proud of
their country’s long and noble traditions. The dragon,
the stag, and the unicorn are prominent in Cormyrian
folk tales, ballads, and heraldry.
In days of old, the people of this civilized land
carved a domain out of wilder territory through grit,
bravery, and determination. Though the nation has a
reputation for just rule, sometimes Cormyr has had
to make difficult choices to ensure its security. Its
most contested border is that with shadowy Netheril,
though Cormyr also borders the hazardous
Stonelands, Tunlands, Storm Horns, and Thunder
Peaks.
Cormyr is protected by two highly skilled and
renowned forces. The Purple Dragons are an elite
army of battle-tested warriors. The War Wizards
include powerful swordmages, as
well as other accomplished spellcasters that even the
Netherese respect.


Cormyr é uma nação forte que fica na borda ocidental do reduzido Mar das Estrelas Cadentes. O reino é antigo mas permanece vigoroso. Velhas florestas dominam a vista e são o símbolo nacional. Humanos predominam em Cormyr, e eles são extremamente orgulhosos das longas e nobres tradições do seu país. O dragão, o veado e o unicórnio são proeminentes nos contos populares Cormyrianos, bem como nas baladas e na heráldica local. Nos dias antigos, o povo dessa terra civilizada construiu um domínio a partir de um território mais selvagem através de bravura, coragem e determinação. Apesar da nação ter uma reputação de governantes justos, as vezes Cormyr teve de fazer escolhas difíceis para garantir sua segurança. Sua fronteira mais contestada e a com a sombria Netheril, apesar de Cormyr também ter fronteiras com as Terras Pedregosas, Tunlands, Chifres Tempestuosos, e Picos do Trovão. Cormyr é protegida por duas forças altamente renomadas. Os Cavaleiros do Dragão Púrpura são um exército de guerreiros experientes de elite. Os Magos de Guerra incluem os poderosos espadas arcanas, assim como outros conjuradores poderosos que até os Nethereses respeitam.

A aventura incluirá 3 cavaleiros do dragão púrpura e dois magos de guerra... Quais as motivações deles e quais os perigos que eles enfrentarão, ninguém ainda sabe...

Abraços pessoal, até nossa próxima postagem...

domingo, 15 de julho de 2012

Como se divertir num Sábado de Inverno à noite?

Pra um Nerd geralmente é fácil... Junta um pessoal e joga um RPG, mesmo que seja uma aventura de uma sessão, só pra passar o tempo e conversar com a turma. Mas todo mundo que já passou de uma certa idade sabe que as coisas nem sempre permanecem tão fáceis quanto elas eram na adolescência. Quanto mais jovens nós somos, menos responsabilidades temos e mais tempo relativamente ocioso para nerdiar sobra.
Mas época de férias de inverno o pessoal sai pra viajar e os que ficam não tem o que fazer a não ser enfrentar a noite com um jogo diferente... :)

Ontem, por exemplo, juntamos só quatro pessoas aqui em casa pra jogar alguma coisa, então ficou difícil pra jogar algo que não fosse WAR Império Romano.
Fizemos duas partidas, Eu, Edineia (minha noiva), Marcelo e Natã. Edineia ganhou a primeira e Marcelo ganhou a segunda e, obviamente, nas duas vezes eu tirei um objetivo de destruir outro jogador (primeiro Natã e depois Edineia). Ou seja, quando tirei o objetivo já sabia que minhas chances seriam mínimas. Mas valeu a diversão. Pode ser que eu coloque os vídeos aqui, assim que eu passar eles da máquina pro computador, mas nada é certo... Sabem como são as férias. Nunca dá vontade de fazer nada. Mas juro me esforçar. Durante a semana vou fazer as gravações do Podcast também, e espero estar com as coisas prontas até no final de semana que vem por aí.

Abraços a todos e até a próxima postagem.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Tarde de Domingo com RPG

Mestrando 4th edition de novo, pra uma gurizada muito legal aqui de Nova Petrópolis. Fizemos pequenos avanços na campanha em que o grupo está trabalhando... A campanha ainda dará muito trabalho e espero manter o máximo de jogadores do começo até o fim... Algumas fotos em anexo nessa postagem do grupo enfrentando alguns Kobolds na Estrada do Rei... O combate obviamente não aparece nas fotos :P... Tirei as fotos do grupo, para que todos conheçam o pessoal do RPG de domingos... 

 



Na ordem, da esquerda pra direita na primeira foto: Travis, jogando com seu Anão Guerreiro (Morkrieg), Vini, com um Eladrin Mago (Imeral), Gio, com um Tiefling Bruxo (Pemim, eu acho), Dani, com um Draconato Paladino (Mandriatos) e Isma com uma Anã Guerreira Psionica (Mardred). Eu só apareci com meu cabelo na última foto, mas como eu mestro, não conta... :P
Até o final de semana que vem (22/07) pretendo estar com o podcast sobre o Guerreiro pronto. Antes disso ainda é possível que eu coloque algo aqui pra manter as conversas sobre RPG acesas na cidade...
Vlw. Até a próxima...

sábado, 7 de julho de 2012

Apresentação

É isso ai pessoal... Eu sou o Glarin Ar-Thaner (O Bardo). Inaugurando o blog e tentando fazer as coisas funcionarem... Ainda estamos construindo o espaço e estou procurando alguns camaradas pra ajudar tanto nas postagens quanto nos podcasts que pretendo fazer. A idéia do blog é fazer postagens sobre D&D, mas sempre que possível e necessário vamos tentar fazer outros posts nerds de todos os tipos...
Gostaria de expressar as opiniões de todo o Rio Grande do Sul (e obviamente mostrar algumas diferenças entre o RPG no RS e no resto do Brasil, bem como semelhanças, e pra isso vou precisar de ajuda de pessoas de fora do RS) e pra isso precisarei da ajuda de leitores de todo o estado. Mas o pessoal de fora não precisa se acanhar, pode chegar comentando e entrando em contato pra sugerir novos temas e trabalhos pra o nosso blog ficar abrangente dentro de tudo o que é D&D e tentar fazer conexões com outros RPGs também.









Pra começar vou postar algumas imagens que tenho aqui em casa e prometer um podcast pra assim que possível sobre o guerreiro e sua eterna versatilidade (não tão eterna assim). Imagens acima, comentários são sempre bem vindos.